sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Contestando flertes







Fotografia: Elena Kalis



Amar nos coloca numa posição de grande vulnerabilidade e fragilidade e por isso o amor é tão assustador. Se sentir desprotegido é uma sensação de morte. Amar é flertar com a morte, pois se tudo acabar é isso que vamos sentir, como se tivéssemos morrido. O grande amor é assustador e exige enorme coragem.*





Há muita confusão entre amor e paixão. Efêmera, a paixão capricha nas inseguranças e angústias que o tempo, para quem teve a 'sorte' de se permitir, dá um jeito de ensinar que se trata de uma das mais paradoxais sensações. Das maravilhas aos horrores - de se desconhecer por não mais morar em si - residência fixa apenas no outro. Já o amor, construído, sem pressa, a partir da observação detida das identidades, e sem os véus da idealização romântica e cega que quer um espelho, somente este, à mim, parece capaz de permanecer no tempo. Houve o tempo necessário para identificar aquele(a) que ensandece no que seja, e ainda assim acalma a alma - na doce loucura que é a cumplicidade singular de quem verdadeiramente ama. Quem flerta com a morte é a paixão cega [redundância na cegueira]. Nesta fase da vida, fico com a ideia de que amar é flerte com a transformação.





* Da querida amiga Andréa Beheregaray. Recomendo a íntegra.
http://andreatpm.blogspot.com.br/2011/12/cronica-virtual-texto.html





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