domingo, 11 de julho de 2010

Carta a um louco

Agosto de 2008.

Querido Louco:

A [minha] sanidade por aqui tem estado em níveis aparentemente próximos do insuportável, pois que transitar entre os insanos que vivem a esteridade da normose, de certo modo, atordoa minha mente.

São momentos que gravito, pairo sobre seu trânsito regular, observando a pequenez do sentido de seus movimentos, gestos e valores que chego a ter a sensação de que me falta o oxigênio necessário para retomar à rotina compartilhada.

Não penses que, a partir desse olhar lançado sobre aqueles, feneço em mim mesma.

Pelo contrário, são nutrientes para minh'alma, que, líquida, permeia por aquelas existências vis, ocas, insossas, resultando maior convicção de que estar plena de vida, de significação, é fruto do saber-se constantemente entorpecida pela existência do sentir - que traz em si a [minha] verdadeira acepção de felicidade.




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