segunda-feira, 29 de julho de 2013

Gozar é fácil







Gozar é fácil. Qualquer um pode. Basta alguma imaginação e boa vontade. Mas gozo bom, gozo de verdade, é gozo poético, gozo digno. Aquele gozo de quem goza pelo gozo do outro, pela sua forma. Gozo poético é gozo de quem olha no olho e sente, enquanto come corpo, cabeça, olhar. Porque não se esgota em um meio estético, material. Come a alma, devora entranhas, mergulha em todos os meios líquidos, deslizando em cada pedaço. Gozo digno é gozo falado, gozo sentido, gozo gozado. Há muitas formas de dizer do gozo. Há gozo que se expressa, inclusive, em portoalegrês, em crioulo cabo-verdiano. Noutros signos, línguas, linguagens.






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