Gozar é fácil. Qualquer um pode. Basta alguma imaginação e boa vontade. Mas gozo bom, gozo de verdade, é gozo poético, gozo digno. Aquele gozo de quem goza pelo gozo do outro, pela sua forma. Gozo poético é gozo de quem olha no olho e sente, enquanto come corpo, cabeça, olhar. Porque não se esgota em um meio estético, material. Come a alma, devora entranhas, mergulha em todos os meios líquidos, deslizando em cada pedaço. Gozo digno é gozo falado, gozo sentido, gozo gozado. Há muitas formas de dizer do gozo. Há gozo que se expressa, inclusive, em portoalegrês, em crioulo cabo-verdiano. Noutros signos, línguas, linguagens.
segunda-feira, 29 de julho de 2013
Gozar é fácil
sábado, 27 de julho de 2013
Impressões
Conversei longamente com aquele olhar
disse tanto, foi além
bem mais que as (não)promessas
Morei uma eternidade naquele abraço
que se fosse pra ser nada
bastava-se na força impressa
[Se for pra doer
que doam apenas os músculos
exaustos]
quarta-feira, 24 de julho de 2013
sábado, 20 de julho de 2013
Da liberalidade
Já nem busco entender
esta força que nos pousa
coloca em, diante de
Me agasalho na irrecorribilidade dos tropeços do acaso
em seus mapas rasgados que ocultaram trechos, jogando
no trânsito movediço que remete/arremete
desde o cá e pra o lá, simplesmente então
aceito
E enquanto bebo da presença
deste presente que se apresenta
me agarro ao único lapso de liberalidade
que a vida confere: escolher
- se vou ou se fico
[sem medos]
sexta-feira, 5 de julho de 2013
Serenidades
quinta-feira, 4 de julho de 2013
(Re)começos
![]() |
Pablo Picasso, O Sonho |
Recomeça…
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só
metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar
E vendo
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.
[Miguel Torga]
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