domingo, 21 de fevereiro de 2010

Loucos e Santos

Já nem lembro mais quando foi que li pela primeira vez. Pouco importa. Importa dizer da minha identidade absoluta, sim ab-so-lu-ta!, com as palavras de Oscar Wilde abaixo. Por isso, quase um mantra, tem que estar aqui.
Quem sabe pequena ressalvinha, trocando em algumas frases 'amigo' por 'conhecidos' ou 'parceiros circunstanciais'. De qualquer forma, há plena identidade.

Compartilho, ao final, o texto também na forma de power point, pps antigo, de minha autoria e que ganhou o domínio público.

Loucos e Santos

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que normalidade é uma ilusão imbecil e estéril. (Oscar Wilde)





Desejo menos ‘normalidade’ e mais felicidade a todos!
Menos padrão, e mais emoção...
Menos hipocrisia, e mais verdade e justiça.
Menos preconceito, e mais aceitação.
Menos egoísmo, e mais solidariedade...
Sintam-se mais,
Vivam-se muito
Aceitem-se todo
Conheçam-se em tudo...
Experimentem-se...
E complementem-se
A_mando
do seu coração.
Amem!
Amém.

Maria Janice Vianna 



domingo, 31 de outubro de 2004

(Re)começo


Pois então...
Certa feita, num mês qualquer de 2004, em mais um daqueles meus dias de divã-gratuito na tela de computador, em que, ao embalo da vaidade velada, se tem uma síncope de petulância crendo ser 'o terapeuta' da vez, lia eu incontáveis e-mails de desabafo e pedido de help de um amigo distante 2.100km. Tadinho, de coraçãozinho destroçado pelas agruras próprias da malvada - sim, ela, sempre ela, a tal paixão frustrada -, teci alguns vários comentários de que já nem lembro mais. Enfim, rendeu disso uma resposta de surpresa ao que havia escrito. Em síntese - se é que algum dia vou conseguir deixar de ser prolixa -, respondi ao amigo, em forma pueril, minha surpresa à surpresa. Segue aí o tal escrito final, e quis trazê-lo pra cá porque resolvi que 'Maria' e 'palavras' são sinônimos desta aventura virtual.
(Re)Começo por aqui então:


Como ria
até compreendia
só não sabia
que não sabias
que a maioria que escreveria
derivaria da poesia.
Aliás, bastaria pequena sabedoria
que apreenderias
que é desta Maria
ter a mania
de fazer com as palavras
verdadeira romaria