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Fotografia: Shlomi Nissim
Diálogos que causam
seria algo próximo à trasmutação de estados, condição.
Mexem. Revolvem.
Modificam o esquadrinhamento de certos sentires,compreensões,
construídos a partir de experiências boas,
outras nem tanto,
mas que guardamos sós.
Mexidos e homogeneizados
por meio da provocação,transformam-se os sentires em novas sensações.
Alteram a ordem das coisas,
os olhares despendidos sobre nosso microcosmos particular.
vai dizer de ricos fragmentos
de emoção –
involuntariamente desvelados.
Que, ao cabo, será bom.
Onde o maldizer circunstâncias
reveste-se de desafogo momentâneo,desatando o nó
aliviando a ardida garganta -
machucada
pelo não-dizer.
Onde o aparente descaso
é de ser lido como negligência inconsciente
por circunstancial,
alheio a tudo que a nós possa parecer
pois do outro -
em sua verdade não nossa.
diálogos metamorfoseiam:
onde antes se lia tristeza
dali em diante se lê alegria.
Onde antes suscitava desassossego
da provocação redunda calmaria.
Onde antes sugeria vazio
O diálogo
[que causa]
- liquefeito -
permeia,
ocupa.
* Inspiração em dois dialógos distintos, com os amigos queridos: Démerson Dias e Lu Picolli
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